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Pontuando: o podcast da ABRAPESP

O grupo de Supervisores da ABRAPESP traz para vocês o projeto de podcast da Associação. A intenção é compartilhar e multiplicar discussões importantes da Psicologia do Esporte na atualidade. Sair do raso e poder aprofundar em questões de impacto para a área, mas que podem passar desapercebidas para um olhar mais desatento (ou hiperfocado).

Essa 1ª Temporada será composta de 6 episódios que serão publicados semanalmente aos sábados, iniciando no dia 16 de novembro de 2024.

Confira abaixo um aquecimento para o 1º Episódio.



Episódio 1: Supervisão e Psicologia do Esporte

Como não poderia ser diferente, escolher o tema para abrir uma discussão tão relevante foi um desafio, mas achamos que nada mais justo e interessante do que falar sobre supervisão, especialmente no contexto da Psicologia do Esporte. A supervisão é vivida como uma prática essencial, um verdadeiro guarda-chuva tradicional dentro da Psicologia, que cobre muitas dimensões. No entanto, dentro da especificidade da Psicologia do Esporte, ainda parece ser algo que, apesar de seu peso e importância, não é tão amplamente debatido quanto poderia ser. É algo que muita gente pratica, mas cada um no seu cantinho, na sua ilha, do seu jeito. Isso gera muitas perguntas: será que o meu jeito é bom? Será que é a melhor forma? Será que posso aprender com o jeito de um colega? Essas inquietações são o ponto de partida para o desenvolvimento e aperfeiçoamento, mas também para uma troca rica de experiências.


Supervisão é uma experiência que, em algum momento, todos passamos de ambos os lados: como supervisor e supervisionando. Esse movimento de transitar entre esses papéis nos traz vivências diversas. Quando pensamos nas ideias centrais que surgem dessa experiência, algumas reflexões são inevitáveis. Como foi a nossa experiência como supervisionandos? O que tiramos disso? E agora, como supervisores, como estamos replicando ou transformando essas práticas? A supervisão é um espaço de aprendizado constante, onde as trocas são essenciais para um crescimento coletivo. Essa vivência é moldada tanto pelo momento profissional em que estamos quanto pelas interações com os outros. Afinal, enquanto orientamos, também somos orientados.


Nesse processo, é impossível ignorar o impacto das redes sociais. Elas chegaram com força total nos últimos anos e alteraram muitos aspectos das nossas interações profissionais. Por um lado, proporcionam oportunidades de troca e visibilidade. Por outro, trazem desafios, como a tendência de mostrar uma versão idealizada de quem somos ou do que fazemos. Nas redes sociais, muitas vezes parece que ninguém está falando verdadeiramente de si, mas de uma versão aspiracional, de quem gostaria de ser. Isso afeta também o modo como encaramos as práticas de supervisão, já que muitas vezes não temos acesso às realidades mais cruas e autênticas que fazem parte do dia a dia.


Olhando para trás, percebemos o quanto a supervisão mudou. Há 15 ou 20 anos, o cenário era completamente diferente. As interações eram majoritariamente presenciais, e a troca dependia de proximidade física e acesso a grupos específicos. Hoje, com a digitalização, temos acesso a supervisores e práticas em outras partes do país e do mundo. Isso amplia o alcance e a possibilidade de aprendizado, mas também traz a necessidade de adaptar as práticas para um novo ambiente, preservando a profundidade e a autenticidade.


Mesmo com essas transformações, algumas coisas permanecem constantes. Supervisão é sobre criar um espaço de troca, onde o supervisionando possa se desenvolver sem medo de errar e onde o supervisor possa continuar aprendendo com a experiência do outro. É sobre construir pontes em vez de ficar isolado em ilhas. Quando isso acontece, todo o campo da Psicologia do Esporte se fortalece, pois há mais diálogo, mais reflexão e mais crescimento coletivo.


Por isso, falar de supervisão é essencial. É abrir espaço para repensar práticas, compartilhar vivências e aprender com os colegas. É entender que esse processo é vivo, dinâmico e fundamental para a evolução profissional. No final, a pergunta que fica é: como você está vivenciando a supervisão? Será que está contribuindo para construir pontes e abrir espaços ou ainda está navegando na sua própria ilha? A partir dessas inquietações, esperamos continuar essa troca e ampliar o diálogo sobre supervisão, especialmente dentro do universo da Psicologia do Esporte.


Assista o episódio completo em nosso canal no Youtube.


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